
Por Daher e Mansur
Publicado em Conchas, 7 de julho de 2025
A escassez de profissionais da saúde qualificados em cidades do interior do Brasil tem sido um dos grandes entraves para o funcionamento pleno de hospitais e unidades públicas. Médicos especialistas, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos são cada vez mais difíceis de encontrar fora dos grandes centros urbanos — e, quando disponíveis, nem sempre estão preparados para os desafios da gestão pública e da realidade local.
Empresas como a Daher e Mansur têm enfrentado esse cenário de perto ao assumirem a gestão de equipes médicas e serviços de saúde em municípios do interior paulista. A solução passa por estratégias mais estruturadas de contratação, retenção de talentos e parcerias com instituições de ensino.
Profissionais evitam atuar fora dos grandes centros
Entre os principais motivos que afastam os profissionais da saúde das cidades menores estão a falta de estrutura hospitalar, a baixa remuneração oferecida por prefeituras com orçamentos apertados e o receio de instabilidade contratual.
“Não é raro um médico recém-formado aceitar um plantão no interior apenas como solução provisória, até conseguir uma vaga em cidade maior. Isso gera rotatividade constante e compromete a continuidade do cuidado”, explica Júlio Moura, gestor de saúde com experiência em redes públicas.
Além disso, muitos profissionais formados em universidades urbanas não têm familiaridade com a dinâmica de unidades básicas ou hospitais de pequeno porte, onde os recursos são mais limitados e a tomada de decisão clínica exige autonomia e adaptabilidade.
Formação precisa se aproximar da realidade
O Brasil forma cerca de 20 mil médicos por ano, mas a distribuição é desigual. Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), mais de 60% dos médicos do país estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste — principalmente nas capitais.
Para especialistas, é necessário rever a grade de formação e ampliar estágios e residências em unidades do interior, criando vínculos entre alunos e a realidade local. Algumas faculdades já começam a adotar esse modelo, mas ainda de forma tímida.
Soluções: gestão profissional e políticas locais
Empresas especializadas em gestão de saúde têm atuado como intermediárias entre o poder público e os profissionais. No modelo de terceirização adotado por prefeituras, a empresa contratada é responsável por montar, gerir e capacitar as equipes — oferecendo suporte, estrutura e segurança jurídica ao trabalhador.
A Daher e Mansur, por exemplo, tem construído parcerias duradouras em municípios que enfrentavam histórico de alta rotatividade. A atuação inclui recrutamento, treinamento, gestão de escalas e, principalmente, acolhimento dos profissionais à realidade da cidade.
Além disso, políticas locais podem ajudar a fixar profissionais, com incentivos como:
- Auxílio-moradia e transporte
- Planos de carreira municipal
- Ambientes de trabalho estruturados
- Valorização profissional e reconhecimento
A importância da permanência
A permanência de um profissional de saúde na cidade não é apenas uma questão administrativa — ela impacta diretamente o cuidado com a população. O vínculo contínuo entre médico e paciente melhora diagnósticos, reduz internações e promove saúde com mais proximidade.
A coordenadora de uma UBS do interior de São Paulo, que preferiu não se identificar, conta: “Quando conseguimos manter a mesma equipe por mais de um ano, tudo muda. O paciente se sente seguro. O profissional conhece melhor a comunidade. A gestão melhora, os resultados aparecem”.
Caminhos possíveis
- Investir em formação descentralizada e estágios em cidades do interior
- Apoiar políticas locais de incentivo à permanência
- Contratar empresas de gestão médica com foco em retenção e qualidade
- Reforçar a valorização profissional no SUS e nos hospitais contratualizados
Conclusão
Garantir profissionais qualificados e comprometidos nas cidades do interior é um desafio real, mas não impossível. Com estratégias integradas de gestão, educação e políticas públicas, é possível fortalecer o atendimento em saúde fora dos grandes centros e garantir que mais brasileiros tenham acesso a um cuidado digno, contínuo e eficiente.





