
Por Daher e Mansur
Publicado em Conchas, 7 de julho de 2025
Problemas relacionados à saúde mental estão entre as principais causas de afastamento do trabalho, queda de produtividade e busca por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Depressão, ansiedade, estresse extremo e síndromes comportamentais deixaram de ser temas restritos ao consultório psiquiátrico e passaram a fazer parte da agenda pública — especialmente em municípios do interior, onde o acesso a especialistas ainda é limitado.
Apesar da crescente conscientização sobre o tema, os serviços de atenção psicossocial ainda enfrentam desafios como sobrecarga de demanda, falta de estrutura, escassez de profissionais e baixa integração com outros setores da saúde.
A saúde mental como parte do cuidado integral
Durante muito tempo, a saúde mental foi tratada como uma área separada do restante da assistência. Hoje, gestores entendem que a saúde emocional impacta diretamente o controle de doenças crônicas, o vínculo entre pacientes e equipes e até mesmo a adesão aos tratamentos.
“Não adianta falarmos de hipertensão, diabetes ou recuperação cirúrgica se o paciente não está psicologicamente bem para seguir o cuidado. A saúde mental precisa ser parte da estratégia de toda instituição de saúde”, afirma a enfermeira gestora Letícia Ramos, que coordena uma rede municipal de atenção básica no interior paulista.
Serviços ainda concentrados nas capitais
A maior parte dos psicólogos, psiquiatras e terapeutas do SUS atua em centros urbanos, dificultando o acesso para pacientes de regiões afastadas. O modelo dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), embora eficiente, nem sempre é suficiente para atender à demanda crescente.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 50% dos municípios brasileiros ainda não contam com um CAPS em pleno funcionamento. Onde o serviço existe, muitas vezes há falta de medicamentos, longas filas para atendimento ou ausência de integração com a atenção primária.
O papel da gestão hospitalar e das parcerias
Frente a esse cenário, empresas de gestão hospitalar como a Daher e Mansur têm buscado integrar a saúde mental ao planejamento estratégico dos hospitais e unidades sob sua administração. Isso inclui ações como:
- Capacitação de equipes para escuta ativa e acolhimento
- Encaminhamento estruturado para serviços especializados
- Acompanhamento psicológico em ambientes hospitalares
- Apoio aos próprios profissionais da saúde, que também sofrem com sobrecarga emocional
Essa abordagem reduz riscos clínicos, melhora o ambiente de trabalho e fortalece o vínculo entre pacientes, familiares e equipes.
A saúde de quem cuida
Outro aspecto que ganha atenção nos bastidores da saúde é o adoecimento emocional dos próprios profissionais da área. Enfermeiros, médicos e técnicos lidam diariamente com sofrimento, estresse e alta pressão, o que os torna mais vulneráveis a quadros como esgotamento profissional, também conhecido como burnout.
Levantamentos recentes mostram que 1 em cada 3 profissionais da saúde relata sintomas de exaustão emocional. Cuidar da saúde de quem cuida é uma necessidade urgente para garantir a continuidade dos serviços e a qualidade da assistência.
Caminhos possíveis
Para fortalecer a saúde mental como parte da gestão pública e hospitalar, especialistas apontam algumas estratégias fundamentais:
- Integrar psicologia e assistência social nas equipes de atenção básica
- Fortalecer os CAPS e ampliar a rede de cuidado no interior
- Incluir saúde mental nas políticas de saúde do trabalhador
- Estabelecer parcerias com empresas de gestão que ofereçam suporte especializado
- Investir em escuta, acolhimento e campanhas permanentes de sensibilização
Conclusão
A saúde mental é parte inseparável da saúde como um todo. Em meio a avanços tecnológicos e novos modelos de gestão hospitalar, o cuidado emocional precisa ser resgatado como pilar de qualquer sistema de saúde eficiente. No interior do Brasil, isso exige planejamento, parcerias e um olhar mais humano para os desafios silenciosos que afetam pacientes e profissionais.





